A humana lida é o trajeto da constante descoberta
Busca, enfrentamento, conflito, vida incerta.
A síntese é a matéria criadora do espírito
Só o instinto a guiar a mente aberta.
E o silêncio rememora o tintilar das espadas
O afago indelével a erguer o pranto
O beijo dos amantes a descer escadas
Mãos atadas, firmamento e encanto.
Estaremos enfim unidos pelo desejo
Diante dos grilhões paralíticos
Proclamaremos o eco da liberdade em lampejo.
E o que nasceu espanto
Resplandecente ao teor da matéria pura
Restará inerte ao soar do eterno canto.
Com os tons delirantes da antiga escultura
Encarnaremos uma só forma, branda, dispersa
E o que um dia fora discórdia
Será o nosso elo, a nossa mais cândida criatura.