E lá estava Jano,
Que ao invés de mirar os passos com a vista traseira,
Fitava o espelho do tempo no porvir.
Não me abraçou com um beijo a novel ternura:
Resta ainda desconsolo na face pálida do jardim ressecado.
Quedava-se inerte a criatura pré-política, massacrada pelo desânimo a lhe açoitar.
Eco sem expectadores rompendo nos muros de credo por várias eras.
A infância abandonada no embrulho de natal.
A carne mastigada pela mandíbula banguela e indecente.
O pai lança a precária lição ao filho impúbere.
Mas os passos ...Eles falam mais alto.
A parábola vai se tornando um jogo indeciso de abstração e espera.
Arapuca inadvertida do tempo - artimanha de épocas medonhas.
Me deixem dormir, pois o trabalho nos espera.
A luz vai-se apagando sobre a escrivaninha.
Mais uma bala perdida zunindo pela janela
E assim o mundo gira na borra do universo.