Renasço neste dia ao céu poento, caduco e inquieto.
Não como fênix desprezando as cinzas, mas como o broto
Rompendo a superfície neutra da carapaça germinal.
Amanheço envolto por alarmes atônitos
Braços Armados. Espadas sem mãos tintilam espasmos, cochichos,
Trovão ensurdecido pelo próprio estrondo.
Não... Não é o mesmo poeta que renasce.
Do limbo ao despertar perdeu-se o que era inútil.
Arvoro-me por vielas sensuais, incompletas, sinalizadas pela aurora em fuga.
Sem desperdício assumo a melodia que me cabe.
No vácuo sigo sem plateia. Desço na estação. Caminho até a ponte.
Repouso a vista sobre o velho monge.
Barrancos de arreia inertes. Vegetação intrusa - nuvens maciças no leito fértil.
Derramo meu canto sem avançar os trilhos.
O maxilar cochilando sobre o joelho curvo.
Atiro uma pedra: (((.))) círculos concêntricos se dispersam sobre a água em ebulição.
Eis enfim um som, mesmo que sem eco.
Submerso, indeciso. Mas não se perde.
Sem aviso - despido de veneração ou espera - escorre até a margem próxima.
Sem pressa acalenta o espanto súbito e, passo a passo, contorna a fios de aço a anatomia definitiva da novel criatura.