Aqui é diferente,
Fingem os homens ser gente
Excluídos atrás dos muros.
Esquecem do mundo
Dos dias cinzas, escuros.
Olho pru céu,
Em silêncio faço um pedido
Minha alma chorosa desiludida.
Tempos lentos, distantes
Uma vida inteira., perdida.
Paro e penso
Não existo, deitou-me
Se durmo, tenho pesadelo.
Neste mundo de lágrimas
Eu choro primeiro.
Vejo um muro valente
Homens fragilizados,
Crias da desigualdade.
Coração feridos
Aos gritos de saudades.
Aqui homens choram
Suas vidas marcadas,
Temem morrer.
Lágrimas, arrependimentos!
Uma chance pra viver.
Nesse vale da sombra
Fecho os olhos,
Começo a rezar.
Esperando a liberdade,
Derrubar esse muro
E vir me salvar.