No seio da mata
Uma flor surge respira
Abre suas pétalas
Pinta-se de sonhos...
Aos raios de um distante
Sol! Presa ao lápis
Que a desenhou.
Chama a mão do pintor
Em vão... Ao partir
Com pranto nos lábios
Dele ouviu a flor – tombando-
“Talvez noutra vida!”
Lembra quando era
Só um rabisco na página
Uma flor sem cor
A alma em fogo
Arquejava pelo amor.
Ele veio noite
Adentro! Senhor
De seus beijos de seu olhar!
A alma ansiando
Ser inteira dele.
Sorriu nas pétalas simples
Bêbada de amor!
Agora... na mata
Seca expira quer ser pó-
Dentro de seu livro!
(Antologia 55)