Poesia

A rosa do deserto

Ainda que eu quisesse
sem amor nada eu faria. Nada, nada, nada!
Se posso alguma coisa, sem amor sou poço raso, sem água,
uma mágoa, uma teima, mais um vulto que não queima,
uma brasa que não aquece, só ameaça

Ainda que eu fizesse, sem amor
não valeria. Uma dor com mais valia não é pranto,
é suor que não trabalha. A navalha que não amola
fica cega e sempre falha quando enxerga a fantasia

Ainda que eu chorasse, sem amor não molharia.
O milagre só aparece quando o oásis do Saara
irriga a rosa do deserto. O amor é uma flor roxa,
um negócio para os práticos, um pó mágico
para os trouxas.




Pedro L R Pereira Pedro L R Pereira Autor
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