Gênesis
Por um instante fui deus das palavras
Plagiei o criador e distribuí coordenadas
Conduzi a pseudoliberdade de meus versos
Ordenei suas posições, defini seu progresso.
Passeei pelo éden de sonetos
Expulsando com espada a desarmonia
Os versos quebrados pela agonia
Calculei a métrica nos dedos.
Ao toque do sétimo estrofe descansei
De trabalho um tanto inglório
Após riscar todo verso de tom simplório
De ar dinossaurico de eras sem lei.
Declarado então o término de suposta criação
Sagrei seus dias para a posteridade
Escrevi em tábuas para a eternidade
Encerrei em ponto as letras dessa divina manifestação.
Oliveira A.