Poesia

Brando Sono


Brando sono

Oh! Amor que partiste
Sei que se encontraras comigo
Em suaves sonos, e os suaves ventos elísios
Vem soprar os louros murmúrios teus

E nas lúbricas tardes fagueiras,
O frescor aromático do teu perfume,
Faz lembrar-me dos molhados beijos meus.

Amor porque partiu, sem ao menos dizer-me adeus?
Porque partes assim?
Sem deixar-me afagar
Os mornos lábios teus.

E, na rubra noite, lembro-me, ainda,
Os tépidos ventos entreabrindo
As janelas celestes dos sonhos meus.

Mas ao primeiro lampejo das luzes da alvorada
Vejo chegar minha doce amada,
Deslizando sobre nuvens de brumosas manhas.


Ó crepúsculos matutinos, eras tu o facho
Luzidio divino, que vens embalar os doutos
Sonhos meus .

Mas na sonolenta catedral da floresta,
As luzes em um rosário de dourados sonhos,
Acordão os pássaros tristonhos e eles dizem-me
O amor ainda embala, os matutinos sonhos teus!


Marcelo F. de Arêa Leão
31/01/2007

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