Poesia

De que valem as cousas sem o teu perfume¿

Quando percebi-me sozinho
E havia apenas um céu escuro,
Mergulhei em mim para ser o mundo
E senti tudo em demasia.

Quando não havia você,
Não havia ratos,
Não havia nuvens,
Eu senti-me absurdamente humano,
Senti dores de mil guerras
E soldados bebendo sangue.

Tantos planos e tanta metafísica.
Tanta arte, tanto amor
E o meu peito tudo isso sentia.
Vi que o bom é ser ingênuo.
Só as pessoas ingênuas são felizes.
Ser de fato humano é ser vil e objetivo.

Pensei nas palavras e desejei ser letra.
Ter uma existência eterna,
Mas toda a minha fraqueza é a pura humanidade.
Todas estas cousas,
Todas estas vidas
E as virgulas
São universo.
Tudo incompreensível e místico,
Mas nisso mora a arte e a glória.

Esquecendo-me de tudo,
Lembrei do teu beijo,
Ta tua pele
E do teu sexo perfeito.
De que valem as cousas sem o teu perfume¿
E as gargalhadas se não for de tua boca¿
És, pois, o meu mundo
E a teoria que em mim tenho mais profunda.

Luís Morais

Luís Carlos Luís Carlos Autor
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