Sentado de cab's baixo com as mãos unidas,
Olhar desprezado monstra o sofrer de duas vidas,
Vidas essas não escolhidas
Ali mais adiante esquecidas,
Com suas infâncias totalmente perdidas.
A fome na barriga cresce a cada segundo,
Com os pés descalços sem caminho, sem rumo,
Vivendo jogado ao desprezo do mundo,
Sentados unidos a beira de um poço sem fundo.
Consolando um ao outro,
A cada dia, a cada noite,
Dormindo em uma cama quentinha e tomar leite morno,
No almoço um banquete completo e luxuoso
E logo ao acordar vem o desânimo, querendo que só sonho não fosse.