Tem os campos mais lindos que vi
De tal formosura que encanta ao ver
Sua serra, seus rios e o Açude
Que é lindo e não se pode beber
Na terra de onde se aprende a amar
De verdes campos, Açude Grande
Heróis do Jenipapo e festejos do santo
Do Rio Surubim e Serra de Antônio
Um berço de pensadores na sombra
De poetas e grandes professores
Esperando pelo reconhecimento
Mas há de haver quem os ouça!
Campo Maior! Que viva os santos!
O Antônio, o Pedro e o João
Cante seu torrão querido
Esconda seu cinismo no leilão
Solo de gente sofrida sonhadora
Solo que abriga um povo abalado
Terra de gente com olhar sofrido
Terra de gente gananciosa e safada
Um lugar onde "já teve"
E porque não há mais?
Ninguém quer plantar semente
E quando planta ali jaz
Lugar de vários jovens perdidos
Nas esquinas, nos bares e nos cabarés
As ruas cheias de mendigos maltrapilhos
Fumando cigarros, cheirando a café
A juventude que sonha em crescer ali
Contaminada pelo pessimismo diário
Não sabe se irá sair daquela vidinha
Ou morrerá trabalhando no Carvalho
E dos tolos que sonham e saem de lá
Com esperança de conseguir crescer
Sofrer na Capital pra se formar
Voltar pra Campo Maior e perecer
Se volto e amo essa cidade
Por esses versos não se engane
gostar daqui eu até gosto
Mas a cidade não traz ganho
E saio daqui deixando família
Voltando a rotina que sei de cor
Sonhando um dia voltar de Teresina
E viver bem em Campo Maior
Enquanto o sonho não se completa
resta a amargura e a desesperança
De voltar pra Campo Maior
Berço de um povo sem lembrança
(Início em 25 de Maio, concluído em 31 de Agosto de 2015)