Meu eu lírico é uma mulher perdida
Rodopiando no mar
Com idas, sem vindas e mais de cem vidas
Com lua e sol nos olhos
Molhada de vinho
Esfumaçada de gás neon e espirais de cigarros e incensos
É uma mulher de cabaré
De lábios vermelhos, incandescentes e abrasivos
Montada em saltos altos de cavalos ariscos
Arranhada por ursos, tigres e toda selvageria
Marcada de sonhos e lascívia
Pintada a tinta óleo e batom
Penetrada em todos os poros por estrelas pontiagudas
Mas ela que nunca foi tocada pelo amor
Debuta d’alma suas putas virgens!