Deitado sobre um travesseiro sem plumas.
A angustia me consumia a alma.
Talvez isso fosse loucura.
Ou um cavalo que sobrevoava a mata escura.
Docemente eu me aquietava louco.
Em meu peito uma dor inata.
Na solidão a pequenez e a grandeza juntas.
Parei e peguei-me pensando em nada.
Como se organizasse os pensamentos.
Pensar objetivo!
Chega de metafísica!
Mau grita a alma.
E destrói meus pensamentos.
O sofrer é necessário.
A angustia é necessária.
Todos sofrem angustiados.
Isso é um alento.
Periclitantemente eu penso indeciso objetivamente.
Quase desarcodado, sonolento...
Voa metafísica!
E os pensamentos alados!
Quero ser os números!
Ser tão objetivo.
Não quero ser os cálculos indefinidos.
A essas horas já perdemos a sorte.
A sorte é algo indefinível.
Não se perde algo que não se tem.
Sai metafísica!
A tua única função é enriquecer a linguagem.
A angústia retorna...
Calmamente retorna.
Docemente retorna.
Transforma-se em sofrimento.
Preciso ir.
Já chegou a hora...