de soslaio
a memória de teu rosto
cravado na rocha da ausência: fotografia.
 
o vento quente sopra a cor do esquecimento:
sombria melancolia do dia-a-dia.
 
tentei entender teu nome e nossos minutos
como se houvera fruta na fruteira
de minha existência.
 
o domingo desabitado fareja o ronco do motor
de meu carro empoeirado. 
nada, nada além de silêncio e pó.
 
há mais de um ano, nenhuma carta em meu nome.