Poesia

NENHUMA CARTA EM MEU NOME



de soslaio

a memória de teu rosto

cravado na rocha da ausência: fotografia.



o vento quente sopra a cor do esquecimento:

sombria melancolia do dia-a-dia.



tentei entender teu nome e nossos minutos

como se houvera fruta na fruteira

de minha existência.



o domingo desabitado fareja o ronco do motor

de meu carro empoeirado.

nada, nada além de silêncio e pó.



há mais de um ano, nenhuma carta em meu nome.

Marcos Freitas Marcos Freitas Autor
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