Poesia

Amigo das Águas

Amigo das Águas


Cabeça-de-cuia num é fera, só protege aqui o meu Rio
Muito antes da cidade, nessas "água" ele surgiu
Muito antes da cidade, nessas "água" ele surgiu

Índio novo, índio brabo, sofreu a transformação
Uns chamaram de encantado, outros de assombração
Mas quando ele foi levado, se tornou um guardião

Num "credita", num "credita", no que o jesuíta diz
Tira a terra da sua gente, "inda" diz que o mal eu fiz
Tira a terra da sua gente, "inda" diz que o mal eu fiz

No Poti, à meia noite, só engulo gente ruim
Quem maltrata a Mãe das Águas, só acende a raiva em mim
Daí que eu criei a fama, desse tal bicho Crispim

Sou amigo de quem ama, os domínios do Poti,
Parnaíba e corredeiras, do povo que vive aqui
Parnaíba e corredeiras, do povo que vive aqui

Tiribum, tibiribum, guardião do nosso rio
Tiribum, tibiribum, Seu Cabeça emergiu
Tiribum, tibiribum, Seu Cabeça emergiu

Rafael Nolêto Rafael Nolêto Autor
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