Poesia

Que não sutura

Então vá embora
Pois já chegou tua hora
E Deixe-me com minha amar[gura]
Ou me prove que coração também sutura
Sem deixar marcas de cicatrização
Me diz que todas as dores um dia se vão
Com acordes maiores,
Triades, ou pestanas de violão
Sem soluço mudo
Ou sentimento bruto
Cantado em dó de dó
Ou mesmo um nota menor
E poucos olhares fitados
Saturados de compaixão

Me diz que existe uma cura!
Me prove que coração também sutura!
Sem marcas de perdão
Como retóricas sem explicação
O que somos senão apaixonados
Por acordes dedilhados
Olhares cantados
Entrelaçados
Disfarçados
Anestésicos injetados
E sangue derramado
Por todos os lados
Rostos pálidos
E estratificados
Em uma bela composição
De uma noite escura
Que busca uma cura
Para um fraturado coração
Onde a dor perdura
E não sutura

Marlus Pedrosa Marlus Pedrosa Autor
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