A tua voz, que me conduz e inebria
Na noite fria, faz-me suspirar, em sono
Estou num trono de delírios e poesia
A luz do dia vaga, ao longe, só, sem dono
Me abandono, sobre o leito de descanso
Como um remanso de águas leves, murmurantes
Visões errantes, sobre um pensamento manso
Olho e não canso, os teus olhos navegantes
Pedras brilhantes, que retratam mil amores
Em tuas cores, vejo a vida reflorir
O teu sorrir afasta os medos e temores
Cobre de flores, o meu leito de dormir
Se eu partir, levo, em meus olhos, teu sorriso
Em meu juízo, levo imagens do teu rosto
Se, no desgosto da saudade, for preciso
No leito liso, um sonho bom trará teu gosto.