Destravei os portais da existência
Renasci, dentre as cinzas do infinito
Vislumbrei as pilastras de granito
Que sustentam os umbrais da consciência
Fermentei o meu pão de soberbia
Transcendi os mil vãos do teu pensar
Penetrei no teu ser, sem cogitar
Que tu fosses um verso sem poesia
Encontrei o cantar da voz calada
Vi um verso sem rima e sem sabor
Um poema, sem métrica, rabiscado
Numa página de vida sem amor
Retornei do teu íntimo e afastei-me
Dos teus vultos, dos sons, dos teus abraços
Bem distante de ti, a paz me envolve
Inebrio-me de amor, em novos braços.