“(...) não cantarei o mundo futuro./ Estou preso à vida e olho meus companheiros.” (Drumond)
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Nesta busca ladeada de quartos entreabertos
Já sonho ser o afago de uma única mulher.
Recitarei poemas sem mais suspiros diversos
E não serei como a memória do poeta suicida
Que foge para o umbral de serafins errantes
Deixando apenas versos de despedida.
Não mais quero ser poeta de um mundo inseguro.
Farei cânticos para um passado porvir.
Não mais estou preso à vida presente
Sou nefelibata de antigos versos
Com seus segredos guardados em Pandora.
Sou mais um com reversos passados
Ausente e sem destino nesta minha demora.
Meu tempo presente não mais retrata
Meus sonhos nem minha suja matéria!