Poesia

Fogo-fátuo

Amores já idos
que a brasa não queima
não são mais doídos
não ferem, nem cheiram
são belas ruínas,
brasões que não reinam

O que exala perigo
é o amor reimoso
igual a uma teima
encardida na lousa

feito fogo-fátuo
incendiando a sua seiva
ele arde no pasto
as cinzas que restam

e se a vista estremece
e o olho nem pisca
a saudade risca
e vira fogueira

a paixão reacende
se uma velha faísca
encosta na gente

o amor quando trisca
é sem eira, nem beira

Pedro L R Pereira Pedro L R Pereira Autor
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