Eu caía num vazio sem fim
Delirantemente eu caía.
Uma música triste ao fundo...
O silêncio e a certeza de não entender aquilo.
Até que no meio do caminho
Um pássaro negro me para
E pergunta para onde eu ia...
Disse que não sabia.
Só sei que caía...
Aquela queda foi tornando-se banal.
Já não percebia que caía.
Todos os ventos me viam e gritavam:
Não caia!
Mas eu não ouvia.
No céu escuro olhos brilhantes eu via.
Em sua mão segura.
Já não mais caía...
A voz não percebia e gritava:
Não caia!
Mas eu não mais caía...
Luís Carlos