SAGA DE UM NORDESTINO
A Antônio Sobreira
um dia
à hora das ave-marias
numa tardinha assim
um nordestino deixava sua terra
para amargar solidão na metrópole
e peregrinando mundo afora
sentindo o gosto amargo da carência afetiva
convivendo com ratos de hospedaria
e engolindo o pão da discriminação
soube quanto vale ouro seu torrão
natal