Não sei de onde vem tanta luz,
cega-me os olhos por doce encanto.
Perdido no país distante,
de aspectos cintilantes de amor.
Do soar do céu na vida instante,
do vagar da morte no sofrer vibrante.
Zela um devaneio agora,
do sono puro e delirante,
nos belos sonhos de outrora.
No país distante, distante.
Perdido estou,
uma dimensão fora do além,
onde a vida é a morte,
e a morte é um harém.
Belas a vagar,
pernas de asas, olhos de estrelas,
vidas sombrias a passear nas mortes alheias.
Beleza, vida, morte...teu olhar!!
Ah, esse olhar me clareia,
me refresca, me ilumina,
me despertas,
me destrói as arestas.
Vivo, vou morrer,
morto, reviver.
Teu olhar me deixa assim,
sem saber onde estou,
tem pena de mim, pois já nem sei,
se estou vivo, ou estou morto.
Perdido...muito perdido,
se estou vivo nas velas dos barcos na noite,
você é um milagre,
se estou morto nos parques dos açoites,
você é um anjo.