Poesia

Pó estelar

Pó estelar

Os dias passavam como folhas lá fora.
Em um misterioso observatório da alma podia ver estrelas.
Desenhavam saltimbancos em pomposas acrobacias.
Revelavam-me os mistérios dos homens.
Elas brilhavam em uma luz que soavam palavras.
Mesmo sem perceber, devolvia-lhes sorrisos desconcertados.
“Se juntares meus versos encontrarás apenas melancolia”, respondias-lhe eu.
“Mas a cada verso não desejas do fundo de tua alma ser feliz?
Apenas acredita em ti mesmo, e as pessoas em sua volta ressoaram,
Assim como fazemos nós estrelas.
Ou achas que o céu brilha sob a luz de apenas uma de nós?”
Vinha-me então alegria repentina, uma vontade de acreditar.
“Se juntares teus versos verás que ainda neles há esperança”.
Prometi então que estes não seriam sobre angústias,
Que não me fariam umedecer as mãos.
Pois só assim haveria no amanhã aquele horizonte,
Onde via possibilidades de fazer os dias mais doces.
Como uma criança boba que lambe o chantili dos dedos.
Pois mesmo que queiramos alcançar coisas grandiosas,
As pequenas nunca deixarão de nos fazer felizes,
Desde que saibamos aprender e ensinar o amor.

Raphael Rodrigues Raphael Rodrigues Autor
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