Poesia

PEDRA

PEDRA

Dialoga-se com o espírito.
Difícil definir o que sinto.
Com ele não há sossego.
A borboleta atormenta atormentada
e me fala:
A vida é amarga!
Assim como são amargos os últimos dias!

E se todo o sangue pintasse o céu tudo faria sentido.
Os “crentes” não usariam o véu
com que mascaram suas doenças.

Tudo seria mais sólido.
Tudo seria mais válido.
Este sofrimento inato seria contente.
Não refute o sofrimento.
Ele castiga a alma.
A alma castigada
faz-se desgraçada,
chora calada
e mais chora e lamenta.

Não vim a este mundo para defender teorias.
Fazer insólitas abstrações desvairadas.
As divagações só tem importância porque as sinto.
façam-se de cegos, surdos, incrédulos...
E se não puderem
nada mudará nesta triste vida.

Os caminhos são tão escuros.
Os medos nos oprime.
Se ver o senhor dos sonhos
por favor, lembrem de mim...
Peça a ele que me esqueça
e me deixe dormindo
no completo escuro...
ainda que no infinito!

Luís Carlos Luís Carlos Autor
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