Uma poesia de leve
Bem no canto da mesa
esquecido
deixado de lado
caindo e ficando
em branco (ato)
rabisco (potência).
Com um copo na mão
um gole raso
um pensamento turvo
um silêncio profundo
o sono
o soluço.
Com a mão trêmula
o poeta segura
o copo
a caneta
o corpo
traça linhas incertas
fica confuso.
A visão obscura
as ideias...
a garrafa vazia
trancafiando a poesia
escondendo o traço
o olhar pesado
um suspiro.
A folha cai
amassada
e a poesia?
e o poeta?
dorme
bebum
sua obra: uma lágrima no canto da mesa.
Bem no canto da mesa
esquecido
deixado de lado
caído
O POETA.