Eu sou a chama do fogo ardente
Queimando sob' o sol quente,
Sou o velho com a preguiça de se levantar,
Com a pressa de se deitar
E com a vontade de jamais acordar,
Sou um grão de areia no meio do deserto
Onde vários e vários já foram cobertos,
Sou o aborto mau feito
Causado pelo uma mãe desesperada e com tanto medo,
Sou o fundo do precipício
Dentro de um abismo,
Sou o choro do recém nascido,
A fome de um mendigo
Olhando pra te e algo pedindo,
Sou esgoto do rio,
A fumaça da fabrica
E o agrotóxico que você já consumiu,
Sou o começo, o meio e o fim
Sem ter ninguém perto de mim,
Sou a coragem do suicida
Lutando com sua mente desconhecida,
Sou túmulo sem epitáfio
Sujo e abandonado,
Sou o vicio do drogado
Procurando consumir algo,
Sou o doido desesperado
Vestido em uma camisa de força
E em um quarto trancado,
Sou o ultimo suspiro do afogado
Tentando se salvar mais estar cansado,
Sou o veneno do Romeu,
O livro que ninguém já mais leu,
Isso tudo sou eu.