Poesia

Ânsia

Espero o alivio vindo de um longínquo mundo estranho caído

E olhar a barba arranhar o rosto da mórbida carne estalante da estagnação

Indigno e selvagem é a tosca insensatez de sentir o ressentimento

Ser esse soberbo de ânsia e presságio, impondo emoções fortes e vazias

Tosca serpentina de um esboço decapitado e desconfigurado

Latente será a solidão covarde, arrebata o meu corpo e esfola

Na precisa hora de compor um novo despertar

Amor, amar o amor, hah, isso seria ser contente novamente

Mas ha um vazio que compõe a sombra, de brumas espessas e frias

Arredias e contempladas ilusões impostas pelo elo decaído

Afável, suave é a brisa que teu corpo me traz

Mas numa morte precisa tudo se desfaz num momento de puro amargor

A ânsia de querer que hoje fosse amanhã

E quem sabe alguém me diria, que eu haveria passado apenas pela retina

E a mente azucrina a capacidade de esvair o tempo

E terá um melhor momento que será amanhã

Quando verei outros ares e que realmente terei a liberdade de expressar o que sinto

Então te sentirei perto, sairei do deserto que fui colocado quando você se foi

Na minha vida arredia, eu serei feliz?

Martinho Viana Neto Martinho Viana Neto Autor
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