Gotículas de chuva na face
Voltada ao cinzento céu,
Gotas de juventude
Água da plenitude
Na cripta d’um mausoléu!
Chuva fina à tardinha
Num “até logo do dia”,
E a cidade na pracinha:
Nina a mãe a menininha
Logo a sua moradia
A chuva do perdão:
Nos sonhos d’uma família
Um pai feito emoção
Na epifania do coração,
Pede retorno à Gracília...
A chuva da esperança
Cai sobre a noite sombria
E da janela uma criança
A balançar a sua trança,
Aguarda a quem lhe cobria
A chuva do aparente:
Embora o amor seja forte
Do orgulho de repente
Surge um repurgo doente
Com um infeliz passaporte!
A grande chuva derradeira
Que encerra plena centelha
Que do alto ruge a terceira
Tão forte quanto à primeira,
Clara trombeta vermelha!