Hoje aqui estou novamente,
Sentado na mesma cadeira e no mesmo canto,
Onde os poucos espaguetes que ainda conto
E que mato a fome engolindo o meu próprio pranto.
Hoje aqui estou novamente,
Sem ter hora certa pra comer,
Água quente da torneira para eu beber
E na mesma cadeira e no mesmo canto à feder.
Hoje aqui estou novamente,
Resfriado pelo frio da noite anterior,
Porque me negas-te um cobertor
E a janela do quarto ninguém fechou.
Hoje aqui estou novamente,
Esperando a noite chegar,
A janela do quarto alguém fechar
E na cadeira e no mesmo canto você me ajudar a levanta.
Hoje aqui estou novamente,
Desta vez fora da cedeira mais no chão do mesmo canto,
Alvo do teu esquecimento,
Por justa causa da ultima etapa da minha vida,
O meu curto e sofrido envelhecimento.