"E ando a caminhar ao leu mais uma vez desdenhando os caminhos de minha própria sorte,
Entre curvas e retas – a lua e a terra - o céu;
entre um verso e outro, apenas um poema, mas nunca a morte...
Entre um lábio e outro – a ternura e o desengano;
E os sorrisos falseados de Delicadeza e harmonia.
Extravasa aquela pantera Solitária da alcova,
Foge e se atira
Rebenta aquele teu novo verso, faz a tempestade - põe fim à calmaria;
Cala o escuro dessa noite;
O fogo arde e queima em pensamentos
Cura-te das feridas - as cicatrizes desse amor (..);
Cria asas e voa como aquele velho beija-flor;
Voa, voa para bem longe;
Eu disse: voa, voa para bem longe e traz de volta meu amor;
Procura no horizonte;
Vá, mas encontre!
Rume e com tuas asas, nem que seja pro infinito;
Ache aquele amor beija flor, meu coração já tá dando nó
Traga meu amor beija-flor: que eu já não vivo mais só;
Beija-flor porque não volta?
A pantera – agora solta - te devoraste?
Beija-flor volte, tanta falta me Faz;
Esquece aquele amor beija-flor e retornaste (...)
Esqueceu o caminho de volta ou me traiu beija - flor?
Olhe a tua volta:
- Existe o caminho do medo e o do amor;
Escolhe teu caminho, mas volta, com ou sem ela beija-flor"