"O beijo é expressão de quem beija, como o ser é a expressão do que existe.
Um beijo é sempre outro, nunca se repete mesmo que, envolvendo as mesmas bocas, aconteça um milhão de beijos num instante.
E não há que se aprender a beijar. Beijar é como nascer. E é sem saber como se nasce, não se pode nascer de outra forma.
Ninguém nunca sabe beijar, até beijar a primeira vez.E nem precisa, o beijo se liga ao absoluto; porque a forma certa é a única forma de ser possível a todo beijo.
E todos perecem da mesma doença:
São plantas que precisam morrer e ressuscitar durante toda a vida.
E de tanto só poder ser proibido ou obrigado, é indispensável que se lhe permita ser absolutamente livre para voar ou, como é peculiar a sua liberdade, para prender-se em correntes sinestésicas de aromas, texturas, fogo, água... ahhh!"