Eu tenho o olho preto.
O preto do meu olho me faz ver
Que sem o preto tudo é branco
E sendo tudo branco não vejo nada.
O meu poema, até então, era branco.
Não pela ausência de rima,
Mas pela falta de cor.
É preta a cor do poema.
E quem tem o olho branco
Não enxerga nada
Ou é incapaz de visualizar.
Os meus versos são livres,
Mas prendem o seu olhar.
Os meus versos são brancos
Àquele incapaz de enxergar.
Pedro Barros.