Poesia

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Quando tudo parece dar certo
Mas as peças de lego não se encaixam
Tenho muitas delas entre meus dedos
E elas se multiplicam a cada década

Quando vivemos das certezas que não se realizam
Somos expostos a viver com o fardo das lembranças

Perdido em medidas de tempo
No universo pretérito circunstancial
Passando horas e horas
Com a cabeça no vidro da janela
Esperando a chuva passar

Alameda das luzes que foi é o presságio
Da ribalta em trevas no monólogo vivente

A eternidade momentânea que persiste
Impedindo-me de seguir em frente
A imantação de tudo que existe em mim

As roupas na centrifuga
Os sons que vem do rádio
As imagens mute na TV
Deixem-me partir agora de tudo isso!

Sorriso de cal
Olhos brilhantes de lágrimas
Silêncio das cigarras
Tenho paz às 23: 23

Rey Mendes Rey Mendes Autor
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