Quando tudo parece dar certo
Mas as peças de lego não se encaixam
Tenho muitas delas entre meus dedos
E elas se multiplicam a cada década
Quando vivemos das certezas que não se realizam
Somos expostos a viver com o fardo das lembranças
Perdido em medidas de tempo
No universo pretérito circunstancial
Passando horas e horas
Com a cabeça no vidro da janela
Esperando a chuva passar
Alameda das luzes que foi é o presságio
Da ribalta em trevas no monólogo vivente
A eternidade momentânea que persiste
Impedindo-me de seguir em frente
A imantação de tudo que existe em mim
As roupas na centrifuga
Os sons que vem do rádio
As imagens mute na TV
Deixem-me partir agora de tudo isso!
Sorriso de cal
Olhos brilhantes de lágrimas
Silêncio das cigarras
Tenho paz às 23: 23