A noite dos meus dias
Refugio-me dos olhos curiosos
No meu manicômio particular
O barulho das paredes acolchoadas
Fazendo-me ranger os dentes
A brancura do quarto a sintetizar alucinações
As estrelas da minha cidade nos apagões da noite
Olhando para firmamento fictício
Tenho nítida certeza que estamos distante de tudo
Que toda histeria que criamos é apenas o interlúdio
Para nos conformarmos com nossa condição limitada
Ao amanhecer ou quando as luzes se acendem
Deveras eu volto a ser normal
Sadio e aceitável no mundo provável
Volta e meia volto ao quarto acolchoado
Não por sadismo ou autonegação
Mas para não esquecer o verdadeiro sinônimo
Da loucura nesses dias finais da humanidade