No ano em que morreram meus sonhos
Eu contive o choro a garganta
Dessa vez não pranteei
Como carpideira estridente
Já passou
Nem ligo mais
Para feridas abertas
Eu mereci sofrer
Por quebrar meus juramentos
O “nunca mais me abrir em fantasias”
Falha promessa do meu eu próprio
Acreditar é e sempre será algo doloroso
Como paradoxos linguísticos
Ou medidas sem referencial algum
Que ditam o que é o infinito
Criações da alma inocente
Que ainda reluta escapar
Da crisálida dolorida
Caricaturas grotescas
Síntese das esperanças perdidas
Ficções levianas das alheias expectativas
A borra do café que desce pelo ralo da pia
No ano em que morreram meus sonhos
Eu tive a capacidade de continuar
Sem passado algum