Poesia

Julgo rebelião

Então eu vi que dos céus descia uma luz que maltratava e feria os habitantes do meu reino,
vi o único acima castigar sem piedade os filhos do único a baixo
vi meus irmãos receberem as graças destruidoras do deus hélio,
vi meus filhos fugirem , negarem meu nome e rejeitarem meu sangue.

Foi então que vi que todos ao meu redor se afastavam e que tudo morria,
percebi que a fúria do pai não tinha limites ao castigar.

Vi meus semelhantes sendo julgados e condenados, porem eu, que nunca vacilei em meus princípios estive frente a frente com o anjo de asas negras portador da cólera divina que tentou me subjugar e encontrou seu lugar no abismo mais profundo do reino de meu pai.
Nesse dia não mais nos curvamos aos filhos da luz, não mais tememos a bondade divina, não mais fugimos dos olhos mortais, apenas aceitamos nossa condição superior e com fogo e magia ascendemos a um novo grau de existência, quase divino...

Dos abismos ouviram-se gritos, da terra brotaram vermes, dos céus caiam sangue, sobre asas brancas e puras de imortais condenados pela fúria demoníaca de seus irmãos, e ao reino dos céus sobrou apenas o fogo e o enxofre que nós mesmos rejeitamos.

Agora nosso reino é grande, nossa fúria também, mas maior é o medo estampado na alma de nossos inimigos que aguardam, pelo julgamento!


- Voador Noturno

Ivan Júnior Ivan Júnior Autor
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