Poesia

COMO CÃES

COMO CÃES

Bebem contigo e comem à mesa
Sentam ao lado e batem nas costas
Tapinhas que escondem a estirpe.
Falso é pouco para tanto: a farsa
Bebem e comem da tua comida,
Consomem tua cerveja e riem.
Mas traem a si e a todos. Insanos!


Como cães abanam o rabo e babam
Latem até! Se estalar... Deitam e rolam.
Como os cães que bebem e uivam:
Seu odor exalam impureza e avareza.
Mas são cães! Não se podem esperar...
Mais que mordidas no calcanhar...

São cães, e como cães viverão...
Eternamente!... Atormentados!
Falsos amigos que uivam ao vento.
Verás que são todos volúveis e podres.

Porque são cães que ladram atrás...
Da carruagem da vida... A liberdade...
Apodrecidos ficarão seus corpos:
Na estrada da derrota... Vergonha!

Porque são cães! Não mais que cães!
Independem do sexo! Indeferem a cor!
Áurea sem brilho! Alma incolor!
Porque são cães! E como cães...
Padecerão!... Mas segue o poeta!
Porque ele é poeta! Um passo a frente
Do cão que só ladra e baba... Nada mais!
— Os cães!...


D`Gáudio Procópio

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