O que vejo por entre os galhos
Cobertos de neblina
Secos do Verão que assola
É pura profecia
Os anuns pretos que nunca mais os vi
Aparecem em meus sonhos
Como se estivessem perto do fim
Assim como minhas manhãs cinzentas
Com seu voo baixo e calmo
Em meus sonhos
Causam-me arrepios
Os mórbidos anuns pretos
E a quentura dos verões
Que torra os galhos secos
Jogados pelo chão
Devasta minhas florestas
Destroem meus sonhos
Vi esse filme se passar
No espelho quase sem brilho
Dos olhos de meus anuns pretos
Que anos atrás não atormentavam
Meu sono
Ezequiel Lima.