A folha de papel aflita voa.
Sem escolha, tangida pelo vento
Ligeiro, pelo mundo vai à-toa.
Como parar, e evitar tal tormento?
Queda-se ao chão, nessa luta indormida.
E vendo a fúria desse tal algoz,
Nada há de diferente, tão só a vida.
E se o pranto vem, o que há de atroz?
Olha o céu, já quase desfalecida.
Noite sem estrelas, nenhum clarão.
A luta é tenaz, mas, enfim, vencida.
Na viagem, vencedor eis o vento!
Há risos, há choros, há solidão...
Por mais que brade, nenhum argumento!
Nollêto