Poesia

RISCO POÉTICO

POETIZAR ME DÁ MEDO.
E SE TORNAR-SE UMA RIMA?
E SE FOR A OBRA PRIMA?
E SE FOR O MEU DEGREDO?
VAI QUE O VERBO DESAFINA
VAI QUE APAGA A LAMPARINA
VAI QUE FOGE O MEU SEGREDO.

E SE O CHORO ESBORRAR
A ESTROFE CHEIA DO DITO?
E SE O VERSO VIRA RITO?
E SE O DESEJO RIMAR?
O POETA, O BENDITO
E SE AGORA FOR O MITO?
E SE A RAZÃO RESPIRAR?

“RIMARDIA” FLUENTE
QUAL POETA SONHARIA?
QUE ESTROFE ZOMBARIA
DO DIZER QUANDO SE SENTE?
E SE FOR PENSAR DOENTE?
OU UM “DIZEDOR” DEMENTE
CANTANDO A CALMARIA?

TENHO RECEIO DO VERSO
DO ESTALAR NO PRONUNCIADO
QUANDO TODO O CALADO
VIRA FALA DO IMERSO
E SE O “HORTO” SEPULTADO
RESSUSCITAR ENUNCIADO
E RIMAR O ADVERSO

POETIZAR ME ARREPIA
FANTASMAGORICAMENTE
PREGAR O PENSAR ARDENTE
COM UM CORPO EM SINERGIA.
E SE NÃO HÁ SOBREVIVENTE
NESTE MUNDO DESCRENTE
EXUMAREI A POESIA

Nilson F De Souza Nilson F De Souza Autor
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