Cai a noite
Com suas ilusões perpendiculares (lanças que tocam o calcanhar de Aquiles).
Cai o poeta
Com seus inúteis sonhos, e seus inúteis balaios de sentimentos, vogas perdidas, palavras perdidas, dores lancinantes, seu momento de pouca fé e sua insignificância!
Caem os sentimentos antes entendíveis
Caem os sorriso suspensos e guardados nos velhos cabides da alma
Caem as folhas, imponentes e envergáveis ao vento
Caem as lágrimas, caem as expectativas entorno do amor
Pois a noite é fria, e o amor, ah! o amor, esse estranho ser que me faz amar.
Esse estranho ser que me faz santificar e endeusar tão vulgar presença, que se abre para os membros daqueles que comungam com a estupidez e a burrice humana.
Enfim tudo cai, tudo que manifesta uma magnitude suave, sincera, fiel e amorosa.
Caem as folhas, caem os heróis, caem os sonhos
Enfim tudo cai.
Lima de Vasconcelos