O poeta em mim mente, e sabe que mente
É mentiroso incondicional, um canalha!
O poeta em mim quer me fazer de boba,
Como se já não bastasse ser tola.
No labirinto de meu corpo se esconde minh’alma e,
Com ela, brinca o fazer poético,
Brincam as palavras, confundem-se os sentidos.
O fazer é quase tão difícil quanto o sentir.
Sentimentos são, por vezes, incoerentes,
Mas o fazer tem que fazer sentido.
Sem cabimento nos papéis,
Sem rumo nos textos,
Somente o papel e a caneta
Companheiros, cúmplices,
Mas não amigos
A caneta não é amiga do papel,
Que não é amiga do poeta
Por isso o poeta em mim mente.
Me faz crer que a caneta, o papel e eu somos amigos.
Pobre louca!
Não percebe que amigos,
muitas vezes,
se entendem.