Poesia

Preguiça

Ai, preguiça
não me atiça
não se enrosca
não se deita
não apressa
não faz cócega
e não belisca.
Passa o tempo
passatempo
passa tudo
passa nuvem
e eu nem me lembro
é dezembro?
Que delícia!
Deixa tudo
deixa a hora
sobretudo
deixa o agora
para o longe
da demora
do depois.
Vida lenta
viva o sono
o descanso
a cadência
do baiano
viva o banzo
do africano
e o descuido
da polícia
Que preguiça!
Viva a rede
abaixo a culpa
viva a força
da desculpa
e o poder
da distração
que engana
os ponteiros
da razão.
Que delícia
de preguiça
Ai quem dera
eu sumisse
nos seus braços
e me deixasse
esquecido
do cansaço
e o mundo
esquecesse
que eu existisse.


Pedro L R Pereira Pedro L R Pereira Autor
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