Nessas andanças do verso,
Por caminhos tão diversos,
Eu resolvi aportar
Em um cais diferente,
Longe da minha gente,
Também distante do mar.
Vim parar no Umbuzeiro,
No recanto derradeiro
Dos valores preservados.
Canto agora em simples versos,
Os sentimentos imersos,
Os sonhos acalentados.
Vejo a torre e o campanário;
Sinto as bênçãos do vigário
Espalhadas pelas ruas.
Posso ver o sabiá:
Voa e canta lá e cá,
As saudades nuas e cruas.
A saudade imensa mora
No peito e sempre nos cora
De tristeza ou alegria.
Mass ela não dura muito;
Pode ser um bom assunto
Para uma bela poesia.
Praças, bancos, casario;
O breve correr do rio
E o canto dos passarinhos.
O clima bem agradável,
Povo amigo, imensurável:
Somos pássaros nos ninhos.
A História nos visitou,
Muita gente já lutou
Por esses Brasis a fora.
O povo desta cidade
Defende sempre a verdade,
De antigamente e de agora.
Por isso, eu quero cantar,
Compor, também declamar,
O som da terra é diverso.
Sou provindo de outra terra,
Resolvi subir a serra
Nessas andanças do verso.