Ah que saudades do tempo
Em que tínhamos tempo.
Tempo de nos tocar,
Tempo de assistir DVD pirata,
Tempo da novena da tarde,
Tempo da salada de frutas,
Tempo da massagem nos pés
E depois transformar amor em prazer.
Tempo do cobertor na madrugada,
Que cobria teu corpo já sem o calor do sexo.
Tempo das turbulências nos céus
Nos aviões das sextas-feiras enforcadas.
Tempo em que tinhas o tempo dos desempregados.
Ah que vida de solidão a de hoje,
A do Facebook,
Em seu bilhão de seguidores
Que se unem em uma corrente virtual
De todos os solitários.