Ainda agora,
um pouco antes do acordar de estrelas
um vento sussurrante,
agasalhou versos no meu pensar...
Olhei o céu escuro,
adivinhei nuvens a correr na vastidão,
a brincar de pique esconde
e pensei nos anjos
que acreditei morar em nuvens
despencando pelo ar...
"Ah... gente grande não sabe mesmo pensar
anjos têm asas
não há com o que se preocupar..."
Meu eu-poeta
sossega-se
em cadeiras de balanço imaginárias
e assiste,
entre contente e triste
minha fé e minha infância se
confrontarem...
Balança a cabeça desapercebido
dá-me, as costas contrariado,
e sem cerimônia,
deixa-se apaixonar pelos sonhos.