Poesia

Chuva de oeste


Os meios do qual me apoio
São frágeis e subjetivos
Meu violão há dias quebrou as cordas
Já nem sinto compaixão ao meu fiel amigo

A chuva também foi embora
Escuto os trovões ao longe
O vento sopra frio e calmamente, lá fora
Mas não para minha vida artificial
Porque felizes são os pássaros
E as crianças que correm pelo pátio

As borboletas estão em sua dança singular
Da janela as vejo; os animais e as crianças
Na harmonia de uma felicidade inocente

Os ventos sopraram de oeste à leste
Isso que, talvez, para muitos seja normal
Pra mim é novidade
Mas não me traz esperança
Apenas as nuvens eu quero de volta

E encerro meus versos
Em papel molhado
Declarando minha incerteza
E demonstrando minha frieza
A essa sociedade alienada
Que nunca me tornará trivial

Ezequiel Ezequiel Autor
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