O menino da rua em que eu morava
Vivia brincando, brincando só.
O menino franzino que vivia,
vivia sonhando com um futuro melhor.
Na calçada da casa amarela,
descalço na rua sem calçamento.
Tornava tudo a sua volta tão belo,
Usando apenas o seu pensamento.
A rua do menino em que eu morava
era um beco sem saída
e a única solução para o problema
era dar novos rumos a sua vida.
A casa amarela não é mais sua,
Nem o beco, nem o calçamento da rua.
Mas o beco continua sem saída
Na rua Projetada há muitos anos.
Rua sem nome;
sem identidade;
sem documento.
Mas, me encanta o pensamento.
Ah! Quantas saudades sinto
do menino da rua em que eu morava,
pois temos tanto em comum
porque o menino da rua e eu
somos apenas um.
Pedro Barros 02/2013.