Razão social não tinha;
tinha caixa de Maizena,
biscoito Aimoré, sardinha.
E, em posição de sentido,
garrafas de cajuína;
tinha um doce que sabia
a mão de dona Purcina.
Livro de conta não tinha;
tinha o gato que dormia
sobre um saco de farinha.
Tinha o menino poeta,
meio avesso, desatento,
que sempre errava no troco,
que conversava com o vento
e era tido como louco.
O tempo passando, e um dia,
a quitandinha fechou...
Ficou somente a poesia,
miúda mercadoria,
por não achar comprador.